A Carris pode dar mais um importante passo para ampliar a eficiência do atendimento aos porto-alegrenses no mesmo ano em que celebra a retomada do reequilíbrio financeiro.
Desde 2014 sem adquirir novos veículos, a companhia aguarda que os vereadores aprovem, nesta quarta-feira, dia 13 de novembro, o projeto de lei que autoriza o financiamento de R$ 40 milhões na Caixa Econômica Federal para renovação da frota.
Se aprovada, a medida colocará à disposição dos passageiros, ônibus mais modernos, confortáveis e com capacidade de economia de R$ 3,5 milhões em manutenção já no primeiro ano.
O projeto foi anunciado em setembro deste ano pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior. O objetivo é renovar 25% da frota ao adquirir 87 ônibus equipados com GPS, ar-condicionado e acessibilidade.
A administração municipal também pretende qualificar o atendimento aos 141 mil cidadãos transportados diariamente nas 24 linhas operadas pela empresa. Outra meta é atrair antigos usuários com a oferta de mais tecnologia e segurança dos novos ônibus.
Atualmente, a frota da Carris é de 347 veículos. A última aquisição ocorreu há cinco anos, quando foram comprados 50 ônibus. Com isso, a idade média da frota é de 9,5 anos, o que provoca alto custo de conservação.
A empresa ainda quer acabar com as perdas de viagens que impactavam na vida dos passageiros devido aos períodos em que os carros ficavam parados. “Implementamos uma gestão forte para mudar a realidade da Carris e oferecer um transporte público de qualidade. Nosso compromisso é buscar o equilíbrio para melhor atender os clientes”, afirma a diretora-presidente, Helen Machado.
Por fim, estima-se uma receita adicional de R$ 2,5 milhões com a venda dos coletivos desativados. A legislação municipal exige que os ônibus com mais de 12 anos sejam substituídos. O prazo para troca dos 87 que serão adquiridos acaba em maio de 2020.
Recuperação
A renovação da frota é mais uma etapa de consolidação da recuperação das contas da Carris. Com um déficit histórico de R$ 74,2 milhões, a atual gestão assumiu em 2017 focada no reequilíbrio financeiro.
Ao elaborar um plano de gestão, foi possível reduzir o montante para R$ 43 milhões negativos já no primeiro ano. Em 2018, foram R$ 19,2 milhões de prejuízo, uma queda de 74% em relação a 2016, o que representa diminuição de R$ 55 milhões no déficit.
Até agosto de 2019, o desempenho financeiro atingiu R$ 11,2 milhões negativos. A companhia registrou lucro líquido de R$ 124 mil pela primeira vez desde agosto de 2012, quando o resultado foi de R$ 292 mil.