Rodoviários de Porto Alegre realizam protesto contra retirada dos cobradores

Na manhã desta quarta-feira, dia 13 de novembro, os rodoviários de Porto Alegre realizaram um protesto de forma pacífica no Centro da cidade, para alertar a categoria, sobre um Projeto de Lei que pode extinguir os cobradores nos ônibus em horários e dias específicos.

Em torno de 50 pessoas iniciaram a caminhada, partindo da Estação Rodoviária, seguindo pela Avenida Mauá. A Brigada Militar e a Empresa Pública de Transporte e Circulação acompanhavam o protesto e a operação dos ônibus não foi afetada.

Duas faixas da esquerda da Avenida Mauá chegaram a ser bloqueadas por causa do protesto, o trânsito foi afetado na própria Avenida Mauá, na Avenida Castelo Branco, no sentido de Porto Alegre e na Rua da Conceição, no entorno da Rodoviária. O trânsito foi afetado também na chegada a Porto Alegre pelas rodovias BR-448 e BR-116.

O trânsito que já estava complicado, por conta da paralisação de três horas na Trensurb, por conta de uma falha de sinalização, o que fez com que muitas pessoas saíssem de carro da região do Vale do Sinos para a capital gaúcha, ficou ainda mais complicado por causa desse protesto.

Por volta das 9h15, os rodoviários chegaram ao destino final do protesto, no POP Center (Centro Popular de Compras de Porto Alegre).

O Projeto de Lei prevê a extinção da função dos cobradores nos ônibus entre 22h e 4h e também aos domingos, feriados e nos dias de Passe Livre.

Foto: Divulgação/Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte

Em sua página no Facebook, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte (STETPOA) divulgou uma nota (leia abaixo na íntegra) referente a possível extinção dos cobradores.

“Os embates vencidos ao longo da gestão Força Rodoviária, em que atingimos o êxito fazendo com que o Projeto de Lei dos Rodoviários Cobradores não avançasse ao longo desses últimos anos, ainda que o prefeito desde sempre tenha lutado para aprovar o tal projeto, e isso sempre foi sustentado pelo seu governo, desta vez teve um capítulo diferente de demonstração, maior ainda, de força de nossa categoria.

O Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, através de sua diretoria organizou, nesta última quarta-feira, 13 de novembro, um ato de manifestação considerada por todos pacífica, contando com diversas lideranças, no intuito inicial de “aquecer os motores” em direção ao que deverá ser necessário acontecer, uma paralisação em proporções correspondentes a atrocidade proposta pela lei pelo governo.

Essa foi uma iniciativa que encaminha um novo momento para as ações de defesa da categoria dos rodoviários cobradores por parte do sindicatos e categoria, isso tudo após um longo período de articulação, reuniões e diálogos públicos junto aos vereadores da capital.

Na avaliação dos diretores, chegou a hora decisiva do envolvimento dos trabalhadores na causa que, se for vitoriosa para nós, vá trazer a garantia do posto de trabalho, já que a sensibilização deverá ocorrer em 20 vereadores para que não passe o projeto na câmara, sendo que a casa vota com 36 no total. Ainda assim, se caso a mobilização ideal venha ocorrer antes de uma greve, o Sindicato acredita na reavaliação do governo em colocar o projeto para votação.

O movimento nas ruas deu apenas a primeira mensagem, especialmente para o governo que entende que desempregar 3,6 mil cobradores não significa somar para o desemprego no país. Além do que, vem conduzindo esse processo de forma ditatorial, fundamentalmente, quando comparamos os encaminhamentos do executivo às recomendações de todos os gabinetes, que já sinalizam para o governo que o projeto necessita ser alterado em pontos cruciais para que, ao menos, possa ser dialogado em bom nível, já que na sua essência ele pretende cuidar do remanejo apenas dos horários de risco.

O sindicato vem sendo claro nas suas posições, acredita fortemente na retirada do projeto em definitivo da Câmara, para tanto, a entidade prevê maiores ações para o devido enfrentamento que deverá ocorrer.

Uma audiência pública está agendada para o dia 2 de dezembro, o que deverá ser um ‘divisor de águas’, pois os vereadores serão acessados com uma série de abordagens em vídeo e pesquisas feitas junto à classe trabalhadora, assim como também a comunidade Porto Alegrense, que em sua maioria não acredita na redução da passagem se caso os cobradores fossem retirados da sua função.”

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