Em resposta ao crescente número de mortes no trânsito, especialmente no período pós-enchentes, as autoridades do Rio Grande do Sul decidiram criar a Câmara Temática Permanente de Contenção da Sinistralidade no Trânsito.
O novo órgão, composto por 26 conselheiros e seus suplentes, vai funcionar no âmbito do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran/RS) e atuará em colaboração com diversos setores, incluindo entidades governamentais, órgãos de trânsito e representantes da sociedade civil.
O objetivo principal da câmara é coordenar e promover ações que revertam a tendência de aumento da sinistralidade, após anos de redução significativa no número de mortes.
Os dados apresentados durante o encontro, realizado no auditório da Famurs, indicam que o número de mortes no trânsito no estado é o maior desde 2017.
Entre as principais preocupações das autoridades está o elevado número de motociclistas envolvidos em sinistros, muitos sem habilitação.
Além disso, Porto Alegre apresentou um aumento significativo de mortes, mesmo em vias em bom estado e devidamente sinalizadas, sugerindo a necessidade de um entendimento mais aprofundado dos fatores que influenciam os acidentes.
Nas rodovias estaduais e federais, embora o número de sinistros tenha diminuído, a gravidade dos acidentes aumentou.
A Brigada Militar e a Polícia Rodoviária Federal destacaram o uso de novas tecnologias, como ferramentas de Business Intelligence, para mapear os acidentes e otimizar o uso de recursos de fiscalização e atendimento.
Outro ponto abordado foi a urgência de uma inspeção veicular, dada a significativa proporção de acidentes causados por falhas mecânicas.
O Instituto Geral de Perícias ressaltou que muitos veículos antigos ainda em circulação possuem menos itens de segurança, aumentando o risco de fatalidades.
A criação da câmara temática é vista como uma ação estratégica para retomar a tendência de queda de sinistros no estado, com reuniões mensais previstas para discutir e implementar novas medidas.