As estações da Trensurb ganharam novos grafites em apoio à campanha “Fim da linha para a violência contra a mulher”, uma iniciativa do Comitê Gaúcho em Apoio ao HeForShe, movimento global da ONU Mulheres.
A ação busca conscientizar a população sobre a importância da equidade de gênero e engajar homens e instituições na luta contra a violência e a discriminação.
Os grafites foram instalados nas estações Mercado, Canoas, Esteio, Sapucaia, São Leopoldo e Novo Hamburgo, que compõem os seis municípios atendidos pela Trensurb.
Além disso, todas as 22 estações do metrô receberam peças da campanha.
A iniciativa marca a retomada das atividades do Comitê Gaúcho do HeForShe e reforça o compromisso do transporte metroviário com causas sociais.
O diretor-presidente da Trensurb, Nazur Garcia, destacou que a empresa está engajada na luta contra o feminicídio e na promoção da igualdade de gênero.
Segundo ele, o compromisso da Trensurb vai além das ações externas, refletindo também no ambiente interno da empresa, com políticas de prevenção e enfrentamento ao assédio e à discriminação.
Conheça as obras e os artistas
As artes presentes nas seis estações foram todas feitas por artistas locais, convidados pelo Comitê Gaúcho em Apoio ao HeForShe. Saiba mais a respeito deles.
Estação Mercado
Arte por Bina e Eduardo Angels
Mais conhecida como Bina, Sabrina Brum é multiartista e atua desde os anos 2000 desenvolvendo painéis com a técnica do grafite. Grafiteira, arte-educadora, oficineira, artista visual e artesã, desenvolveu seus trabalhos em várias regiões do Brasil, expondo em diversas exposições pelo país, além de ter atuado como pesquisadora do Museu da Cultura Hip Hop RS e participar do coletivo feminino Ação Mulher e do maior coletivo de grafite do estado, o CTGK. Foi uma das artistas participantes da pintura do primeiro trem totalmente grafitado por mulheres no país, na Trensurb, em 2024.
Eduardo Angels é ativista social, estudante de Psicologia, arte-educador e grafiteiro apaixonado pelo poder transformador da arte urbana. Começou seu engajamento no grafite em 2005, através de projeto do Instituto Trocando Ideia em sua comunidade, no Morro da Cruz, em Porto Alegre. Desde então, a relação com a arte é seu instrumento de expressão, resistência e transformação. Como educador, compartilha seu conhecimento com adultos, jovens e crianças, buscando inspirar novas gerações a ocupar espaços públicos com criatividade, identidade e propósito.
Estação Canoas
Arte por Família Artesanal
Juntos, Charles Brito e Sabrina Britoformam a Família Artesanal. Desde 2015, o casal atua com o grafite e a cultura hip hop como formas de inclusão, educação popular e expressão social. Já realizaram oficinas e intervenções em escolas, centros comunitários, OSCs e ONGs em Canoas e na região metropolitana, além de diversos projetos e eventos, inclusive junto à Fase-RS, quando trabalharam diretamente com 15 internos, introduzindo-os à função social e às técnicas do grafite. Atualmente, a Família Artesanal faz parte do Colegiado do Hip Hop de Canoas e continua atuando para fortalecer a cultura urbana como movimento social.
Estação Esteio
Arte por Ali e Getri
Alice Mendes Thume, a Ali, é artista, formada em Design de Moda e Publicidade. Atua com a arte visionária, buscando levar cura e transformação por meio de seus traços e cores que remetem principalmente à natureza. Trabalha com grafite, ilustração e educação, sendo educadora social de skate e grafite, atuando em diversos locais, incluindo o Museu da Cultura Hip Hop RS.
Geovane Trindade Pereira, o Getri, iniciou no grafite em 2005, a convite do amigo Eduardo Angel. Desde então, participou de diversos projetos e ações ligados à arte urbana e à cultura hip hop, no estado e a nível nacional, como o projeto Morro da Cruz para Vida e a rede Nação Hip Hop Brasil. Tem atuado, como produtor e organizador, de várias dessas iniciativas, incluindo o circuito de cultura e arte Sábado Cultural, o programa Hip Hop TV, da TVE, e diversas oficinas. É fundador e presidente do Galpão Cultural Casa de Hip Hop, no Morro da Cruz.
Estação Sapucaia
Arte por Ana e Zcarlosz
Nascida em Porto Alegre, Ana Scarceli é artesã há 24 anos e, há 13, apaixonada pelo grafite, dedicando-se muito ao muralismo. Desde 2022, faz parte do coletivo de grafite Becos Crew. Ao longo de sua trajetória, participou de inúmeros eventos e já trabalhou em murais em diversos locais. A natureza é uma de suas grandes inspirações, juntamente com a importância dos povos originários e os direitos das mulheres.
Carlos Menezes ou Zcarlosz Tattoo é artista plástico e tatuador há 23 anos. Nascido em São Paulo, reside em Porto Alegre há mais de 18 anos. Além da tatuagem, trabalha com grafite, pintura, desenho digital, serigrafia e stencil, com diferentes técnicas e suportes. Envolvido com a arte desde a infância, construiu aprendizagens de forma autodidata e por meio de trabalho autônomo, principalmente a partir de vivências no movimento punk e expressões culturais de contestação.
Estação São Leopoldo
Arte por Erick Cirtron e Nuna
O porto-alegrense Erick Citron conheceu a arte de rua em 1999, quando começou no grafite. Integrante do coletivo BecoRS, busca traduzir a realidade da sociedade em sua arte, presente em diversas cidades. Trabalha com técnicas e estilos variados, incluindo retratos realistas que homenageiam personalidades da cultura hip hop e das comunidades.
Bruna Pacheco, mais conhecida como Nuna, mora em Porto Alegre e começou no grafite em 2021, como forma de expressão e de se encontrar nas cores, traços e nas ruas. Faz parte do coletivo VGP, formado apenas por mulheres, que buscam juntar a força, união e o poder feminino para transformar sentimentos em arte.
Estação Novo Hamburgo
Arte por Leandro Alves e Kate Belli
Natural de Rosário do Sul, Leandro Alves é artista visual autodidata e atua na cena da arte urbana há 20 anos. Em sua trajetória, experimentou diversos segmentos, incluindo pixação, grafite, pintura mural e em telas, artesanato e escultura. No momento, tem se dedicado à pintura e aos estudos de realismo e surrealismo. Suas obras têm como fonte de inspiração questões sociais, culturais e ambientais. Conta com trabalhos e já participou de eventos e festivais em vários locais, como Porto Alegre, Caxias do Sul, Rio Grande, Santa Maria, Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo.
Integrante do coletivo Pax Art, Kate Belli é natural de Santa Maria. Suas criações caminham entre pintura em tela, mural, poesia, grafite, tatuagem, desenho e vestuário. Desenvolve suas obras considerando o espaço onde estão inseridas e também suas experiências individuais, buscando formas de vincular o contexto geral do espaço urbano com as possibilidades de expressão e identificação abstrata no cotidiano.