O contrato para realização do projeto da primeira concessão de transporte metropolitano de ônibus da região metropolitana de Porto Alegre foi assinado nesta quarta-feira (15/11) pelo presidente da Associação de Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) e prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, pelo governador do Estado, Eduardo Leite, e pelo secretário estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi.
A futura concessão, mediante licitação, abrangerá 34 municípios. Atualmente, as empresas responsáveis por essas linhas de ônibus operam com contratos considerados precários. A partir do projeto, será feita a análise da situação atual do sistema de transporte e indicadas melhorias com o objetivo de aprimorar o traçado das linhas, a qualidade e a organização dos serviços.
Como representante da Granpal, Pascoal agradeceu o empenho do governo do Estado na atenção ao tema do transporte metropolitano e observou que os avanços só acontecem quando há consenso. Falou da importância de um espaço de deliberação comum entre todos os entes envolvidos, que trate do transporte público como prioridade para que os projetos possam ser colocados em prática. “Se nada fizermos, teremos um modelo pior do que o atual. Hoje existem três sistemas de bilhetagem eletrônica que predominam na região metropolitana, mas já existem municípios licitando ou fazendo estudos para terem seu sistema de bilhetagem”, disse.
Pascoal ressaltou a necessidade da criação de uma autoridade metropolitana constituída para que todos possam tratar de temas que atinjam os municípios de maneira comum. “Não há solução simples para problemas complexos. Esse é um tema que há décadas é tratado, mas sem os devidos encaminhamentos. Precisamos retomar essa discussão, por que estamos colocando muito dinheiro público para subsidiar a operação do transporte metropolitano. E não há problema em subsidiar, desde que o serviço seja de qualidade e reconhecido pelo usuário, que não é o que acontece. Agradeço o empenho de todos para que possamos avançar nesse tema, que é uma questão que afeta diretamente a vida de milhões de gaúchos aqui da nossa região”, observou.
“Desde o início do primeiro mandato, temos trabalhado muito pela integração e melhoria do transporte na Região Metropolitana. Tivemos problemas nesse processo em função da pandemia, mas agora, em articulação com os prefeitos, teremos condições de estruturar o transporte conjuntamente e à luz da nova realidade urbana da região”, destacou o governador.
A etapa de estruturação do projeto, a cargo da FGV, prevê a realização de um redesenho da rede metropolitana, considerando a possibilidade de proposição de novos arranjos para as linhas existentes e em operação. O estudo, com duração prevista de 18 meses, buscará a integração com o transporte metroferroviário e com o transporte urbano dos municípios que compõem a Região Metropolitana.
Conforme o secretário de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi, a análise deverá apresentar ao Estado propostas que considerem as melhores práticas para a mobilidade urbana e soluções para o modelo existente, contemplando, preferencialmente, a integração de modos em uma única plataforma, tanto do ponto de vista operacional como tarifário.
Contexto
Em junho deste ano, foi instituído o grupo de trabalho (GT) do Transporte Metropolitano, tema coordenado pelo Gabinete do Vice-Governador. O GT é responsável por acompanhar e apoiar as atividades relacionadas, assim como encontrar soluções para as demandas do setor.
Municípios abrangidos
Alvorada, Araricá, Arroio dos Ratos, Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Capela de Santana, Charqueadas, Dois Irmãos, Eldorado do Sul, Estância Velha, Esteio, Glorinha, Gravataí, Guaíba, Igrejinha, Ivoti, Montenegro, Nova Hartz, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Parobé, Portão, Porto Alegre, Rolante, Santo Antônio da Patrulha, São Jerônimo, São Leopoldo, São Sebastião do Caí, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Taquara, Triunfo e Viamão.